
Venezuela condena sanções do governo Trump contra Petro: 'ações ilegais e ilegítimas'

A Venezuela rejeitou "de forma categórica" as sanções impostas pelos EUA contra o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, seus familiares e o ministro do Interior, Armando Benedetti, nesta sexta-feira (24).
Em comunicado compartilhado pelo chanceler Yván Gil, Caracas classificou as medidas de Washington como "ações ilegais, ilegítimas e de caráter neocolonial", que "violam o Direito Internacional e a Carta das Nações Unidas".
Além de Petro e Benedetti, a sanção atingiu a esposa do presidente, Verónica Alcocer, e seu filho mais velho, Nicolás Petro Burgos.

Em sua publicação, Caracas afirma que as chamadas "medidas coercitivas unilaterais" são "mecanismos de agressão e pressão política proibidos pelo sistema multilateral", condenados pela Assembleia Geral da ONU, pelo Conselho de Direitos Humanos e por relatores especiais, por "atentar contra a soberania e os direitos humanos dos povos".
"Criminalizar" Petro
Para o governo venezuelano, essas ações têm como objetivo "criminalizar" Petro e "promover a desestabilização interna na Colômbia", como parte de uma "estratégia de ingerência" destinada a "submeter politicamente" os Estados independentes da região.
Em contraste com as acusações de Washington, Caracas ressalta que o presidente colombiano é o "único" líder do país a "enfrentar diretamente o narcotráfico e suas redes ligadas a máfias políticas, inclusive com conexões em centros de poder nos EUA", o que, segundo a Venezuela, evidencia o caráter retaliatório e extorsivo das sanções.
O comunicado acrescenta que "essas designações parecem atender aos interesses de máfias transnacionais infiltradas em espaços de poder em Washington, em vez de uma verdadeira luta contra economias ilícitas".
Diante disso, a Venezuela exige o "fim imediato" dessas práticas coercitivas e convoca governos e povos da América Latina e do Caribe a "defender a soberania e a dignidade" da região frente a qualquer forma de ingerência.
Tensão crescente
A sanção ocorre em meio às recentes tensões entre Petro e Trump, iniciadas após ataques americanos no Caribe e no Pacífico.
Após um bombardeio no Caribe, que teria sido realizado em águas colombianas, Petro afirmou que Washington cometeu "um assassinato" e violou a soberania de seu país, posição mantida diante de novos ataques no Pacífico.
Trump reagiu chamando Petro de "líder do narcotráfico ilegal"e ameaçando medidas severas contra ele e a Colômbia, acusando-o de produzir drogas em larga escala.
Petro rejeitou as acusações, afirmando que Trump está sendo "enganado por seus conselheiros" e destacou seu próprio combate ao narcotráfico. Ele também reforçou que "Trump não é rei na Colômbia".

