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Brasil avança na preservação da cultura indígena

Novo levantamento de dados do IBGE revela um maior número de etnias no país, bem como um aumento no número de falantes de línguas indígenas.
Brasil avança na preservação da cultura indígenaGettyimages.ru / picture alliance / Contributor

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou, em relatório divulgado nesta sexta-feira (24), que o Brasil registrou avanços na preservação das culturas indígenas.

O número de povos, grupos e etnias indígenas no Brasil aumentou de 305 em 2010 para 391 em 2022. No mesmo período, o total de línguas faladas subiu de 274 para 295, e o número de falantes passou de cerca de 300 mil para aproximadamente 435 mil.

Segundo o instituto, o aumento no número de etnias reflete várias mudanças na população indígena brasileira. Dentre elas, movimentos migratórios, processo de urbanização, mudanças nos processos de autoafirmação e desagregação de subgrupos que passaram a se identificar como etnias distintas

Dados linguísticos

As quatro línguas com maior número de falantes são o Tikúna com quase 51 mil pessoas, o Guarani-Kaiowá com 38 mil; o Guajajara com 29 mil e o Kaingang com 27 mil.

As políticas educacionais também trouxeram benefícios: a percentagem de indígenas que não falam português caiu de 17,5 % em 2010 para cerca de 12 % em 2022. Contudo, em áreas de terra indígena, a taxa de não falantes de português subiu 2 pontos percentuais, de cerca de 29 % para 31 %.

"Os dados mostram que a transição do uso exclusivo da língua indígena para o uso combinado com o português ocorre principalmente entre jovens, a partir dos 15 anos de idade para os homens, e dos 20 a 24 anos para as mulheres", sublinhou o gestor de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas do IBGE, Fernando Damasco.

  • A população indígena do Brasil totaliza cerca de 1,7 milhão de pessoas. Entre as maiores etnias estão a Tikúna (74.061), a Kokama (64.327) e a Makuxí (53.446).