
Às vésperas de possível reunião com Trump, Lula critica operações dos EUA no Caribe

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta sexta-feira (24) as operações militares dos EUA na região do Caribe, mencionando a necessidade de respeitar a "autodeterminação dos povos" e a "soberania territorial".
"Você tem que prender as pessoas, julgar, saber se estavam ou não traficando, e aí punir de acordo com a lei. Você não pode simplesmente dizer que vai combater o narcotráfico na terra dos outros sem levar em conta a Constituição dos outros países, a autodeterminação dos povos ou a soberania territorial. Se o mundo ficar uma terra sem lei, fica difícil viver. Se o presidente Trump quiser discutir esse assunto comigo, terei imenso prazer", afirmou o mandatário.
A fala ocorre às vésperas de uma possível reunião entre o presidente e seu homólogo norte-americano, Donald Trump, que também estará na Malásia nos próximos dias para a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático ASEAN.

Esta não é a primeira vez que o Brasil critica as operações militares na região. Em setembro, o chanceler Mauro Vieira havia criticado a "erosão da distinção entre combatentes e civis'', alertando que a conduta ''poderia levar a que qualquer alvo seja julgado legítimo em ações militares'', em flagrante violação da Carta da ONU.
"Não podemos admitir intervenções externas, sob nenhum pretexto. Permitir medidas de intimidação, sem nenhuma reação coletiva, seria um convite permanente a novas ingerências", afirmou Vieira à época.
