Notícias

Ex-assessor de Biden alerta para 'efeito bumerangue' das sanções contra petrolíferas russas

Um mercado global saturado de petróleo bruto permitiu que Donald Trump mudasse a "abordagem cautelosa" de Washington em relação à diplomacia energética, relata o Financial Times.
Ex-assessor de Biden alerta para 'efeito bumerangue' das sanções contra petrolíferas russasSputnik / Maxim Bogodvid

As sanções de Washington contra duas gigantes petrolíferas russas podem ter um impacto negativo nos Estados Unidos, de acordo com Amos Hochstein, ex-assessor de Joe Biden em assuntos de diplomacia energética citado pelo Financial Times na quinta-feira (23).

"Se o preço subir significativamente, qualquer perda para a Rússia com as sanções será recuperada com o aumento do preço. E se o preço subir demais, os russos ganham e o consumidor americano e nossos aliados perdem", disse Hochstein.

Nesta semana, o Departamento do Tesouro dos EUA anunciou sanções contra as principais petrolíferas russas, Lukoil e Rosneft, como uma medida adicional de pressão sobre o governo russo para aderir a um cessar-fogo no conflito ucraniano.

Segundo o Financial Times, fatores como o excedente de petróleo no mercado global e a queda dos preços do produto permitiram que Donald Trump revertesse a "cautelosa estratégia de Washington em matéria de diplomacia energética".

"Se o petróleo estivesse a US$ 80 hoje, não creio que Trump teria tomado essa decisão", declarou Scott Sheffield, um veterano da indústria petrolífera que dirigiu a produtora de xisto Pioneer Natural Resources .

  • Moscou tem afirmado repetidamente que os países que recorrem a medidas antirrussas acabam sofrendo consequências.
  • O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que, embora as novas sanções deverão afetar a economia do país eurasiano, elas não terão um "impacto significativo". Nesse sentido, ele alertou que a pressão não funcionará contra a Rússia, pois "nenhum país ou povo que se preze toma decisões sob pressão".
  • A Rússia demonstrou sua disposição de resolver a crise ucraniana por meios diplomáticos, observando que suas causas profundas, como a expansão da OTAN e a discriminação contra falantes de russo na Ucrânia, devem ser abordadas.