Kremlin critica demora nas negociações com Kiev

A relutância da Ucrânia é "incentivada por todos os meios possíveis, principalmente pelos supervisores europeus", afirmou o porta-voz presidencial russo.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, comentou nesta sexta-feira (24) o andamento das conversas para a resolução do conflito na Ucrânia e criticou as longas pausas no processo.

"Consideramos que se trata de uma pausa, uma pausa excessivamente prolongada, causada pela falta de vontade do regime de Kiev em avançar nas negociações", afirmou Peskov em conversa com jornalistas.

Segundo o porta-voz, essa falta de iniciativa estaria sendo "incentivada por todos os meios possíveis, principalmente pelos supervisores europeus do regime de Kiev".

Por outro lado, Peskov destacou que o presidente russo, Vladimir Putin, e seu homólogo americano, Donald Trump, não descartam a realização de uma cúpula bilateral no futuro.

"Nem Trump nem Putin falaram sobre isso; eles não querem perder tempo e não querem se reunir apenas para se reunirem. Para que a reunião seja produtiva, é necessário trabalhar no nível definido pelos chefes de Estado: o ministro das Relações Exteriores da Rússia e o secretário de Estado dos EUA", disse.

Putin: A luta da Rússia não é por territórios

O Kremlin tem sublinhado em várias ocasiões que o objetivo da operação militar especial não é tanto os territórios, mas sim a proteção da população de língua russa.

"Nós lutamos não tanto por territórios, mas pelos direitos humanos e pelo direito das pessoas que vivem nesses territórios de falar sua própria língua, de viver dentro da cultura e das tradições que lhes foram transmitidas pelas gerações anteriores", afirmou Vladimir Putin.

O presidente russo por diversas vezes declarou que Moscou está pronta para o diálogo e um acordo, mas insiste na necessidade de abordar as causas profundas do conflito, como a expansão da OTAN e a discriminação dos falantes de russo na Ucrânia: "Para a Rússia, os acontecimentos na Ucrânia estão relacionados com ameaças fundamentais à nossa segurança nacional", indicou o chefe de Estado durante a cúpula com Trump no Alasca, enfatizando que Moscou quer alcançar uma paz duradoura e sustentável, e não um cessar-fogo temporário.