Um novo relatório internacional voltou a expor a precarização do trabalho nas plataformas digitais no Brasil. A pesquisa Fairwork 2025, que avalia as condições oferecidas por empresas de aplicativos em vários países, deu nota zero para gigantes como Uber, 99, iFood, Rappi, Lalamove, Loggi, Parafuzo e Americanas-Ame Flash.
Das dez plataformas analisadas, apenas duas, InDrive e Superprof, pontuaram — e ainda assim, com apenas um ponto de dez possíveis. Empresas que haviam mostrado algum avanço no relatório anterior regrediram e voltaram à estaca zero.
Enquanto isso, as mesmas corporações seguem anunciando planos bilionários de expansão no Brasil, ignorando a ausência de direitos trabalhistas e de proteção social para motoristas e entregadores.
Endividamento e sobrecarga dos trabalhadores
O estudo alerta para o aumento do endividamento entre trabalhadores de aplicativo e o agravamento das condições de trabalho, com jornadas mais longas e rendimentos menores. Dados da PNAD 2022 comprovam que motoristas e entregadores estão trabalhando mais para ganhar o mesmo — ou até menos.
O Brasil segue atrás de outros países no debate sobre o vínculo empregatício com as plataformas. Enquanto a questão permanece paralisada no Supremo Tribunal Federal (STF), vários países já adotaram normas que presumem o vínculo entre trabalhadores e plataformas digitais.