Notícias

Personalidades judaicas pedem sanções contra Israel e acusam o país de genocídio em Gaza

Mais de 450 judeus, entre ex-autoridades israelenses, intelectuais e artistas, assinaram carta pedindo à ONU e a governos que responsabilizem Israel por crimes de guerra e violações do direito internacional em Gaza.
Personalidades judaicas pedem sanções contra Israel e acusam o país de genocídio em GazaAP / Abdel Kareem Hana

Mais de 450 figuras judaicas proeminentes de diversos países assinaram uma carta aberta, na qual pedem à ONU e a líderes globais que imponham sanções a Israel por suas ações em Gaza, classificadas como "inconcebíveis" e equivalentes a genocídio, informou o jornal israelense Haaretz na quarta-feira (22).

O documento, divulgado nesta semana, cobra responsabilização de Israel por supostas violações do direito internacional em Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

Entre os signatários estão o ex-presidente do Knesset (parlamento), Avraham Burg, o ex-negociador de paz Daniel Levy, os autores Michael Rosen e Naomi Klein, o cineasta Jonathan Glazer e os atores Wallace Shawn e Ilana Glazer.

O grupo pede que governos interrompam a venda de armas a Israel, cumpram decisões da Corte Internacional de Justiça e do Tribunal Penal Internacional, e apliquem sanções direcionadas a autoridades e entidades israelenses.

"Não esquecemos que muitas das leis e convenções criadas para proteger toda a vida humana surgiram em resposta ao Holocausto", escreveram os signatários.

De acordo com o jornal, o apelo ocorre em meio a relatos de que líderes da União Europeia podem abandonar planos de discutir sanções contra Israel durante uma cúpula em Bruxelas.

Paralelamente, pesquisas recentes indicam uma mudança significativa na percepção pública. Nos Estados Unidos, um levantamento do Washington Post mostrou que 61% dos judeus norte-americanos acreditam que Israel cometeu crimes de guerra em Gaza, enquanto 39% consideram que há genocídio em curso.