Trump diz que EUA estão em 'guerra' contra cartéis de droga e os chama de 'ISIS do Ocidente'

Presidente anunciou novos passos contra o tráfico de drogas e comparou grupos de narcotraficantes com organização terrorista islâmica.

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (23) os novos passos de seu governo para combater cartéis de narcotráfico, afirmando estar em "guerra" contra tais grupos, que classificou como "Isis do Ocidente".

"Sob a administração Trump, estamos finalmente tratando os cartéis como a principal ameaça à segurança nacional que eles realmente representam. Os cartéis estão travando uma guerra contra os EUA. E, como prometi na campanha, estamos declarando uma guerra como nunca antes", afirmou o mandatário em um discurso na Casa Branca.

Trump defendeu as medidas que seu governo tem tomado para frear o tráfico de drogas, que incluem a condenação de líderes do crime a pelo menos 50 anos de prisão, bem como a apreensão de "mais de 70 toneladas de narcóticos letais e cerca de mil armas", apenas nas últimas semanas.

Acrescentou ainda a prisão de mais de 3 mil "líderes, operativos e integrantes de gangues", além de 120 mil "criminosos", o que representaria a maior quantidade de detenções do tipo na história do país.

"Esta já é a operação anticartéis e antigangues mais bem-sucedida na história dos EUA. E está apenas começando.[…] Não vamos parar até que a ameaça tenha sido erradicada completamente", declarou.

Ataques mortais

Desde setembro, Washington tem executado "ataques cinéticos" contra pequenas embarcações, inicialmente em águas caribenhas, mas que se estenderam para o Oceano Pacífico nesta semana. As ações somam mais de trinta mortos e geraram críticas por não respeitarem o direito internacional.

Na quarta-feira (22), Trump defendeu a atuação das forças estadunidenses, ao assegurar que os bombardeios ocorreram em "águas internacionais" e que são justificados, já as drogas ilícitas custaram a vida de cerca de 300 mil americanos, o que faz do problema, em sua opinião, uma questão de segurança nacional.

"Temos uma questão de segurança nacional, de verdade. Devo dizer isto: quando vemos as pessoas com as quais lidamos, e as conhecemos, conhecemos os barcos, sabemos de tudo, temos permissão para agir. É em águas internacionais. Se não fizermos isso, vamos perder centenas de milhares de pessoas", afirmou Trump durante entrevista na Casa Branca.

No entanto, Washington não apresentou evidências em nenhum dos casos que comprovem suas alegações, como a natureza das embarcações, o número e a identidade das pessoas a bordo, a localização exata dos supostos "ataques cinéticos" ou a qual organização pertenciam as cargas ilícitas.