O presidente da Rússia, Vladimir Putin, comentou nesta quinta-feira (23) as declarações do presidente norte-americano, Donald Trump, sobre o adiamento do encontro programado durante sua última conversa telefônica.
Mais cedo nesta jornada, ao comentar o adiamento do encontro entre os dois chefes de Estado, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, afirmou que Moscou continua disposta a prosseguir com os contatos com a parte norte-americana para avançar rumo a uma resolução do conflito ucraniano.
A porta-voz reiterou que os objetivos declarados no início da operação militar são inegociáveis. Eles incluem a desmilitarização da Ucrânia, a desnazificação, o status neutro, não nuclear e fora de blocos, o estabelecimento de direitos e liberdades "confiáveis" para a população de língua russa naquele país, bem como "a livre atividade da Igreja Ortodoxa Ucraniana", destacou.
"Esse é o ponto de partida do nosso diálogo com os EUA e outros países que desejam contribuir de forma construtiva para a resolução do conflito", afirmou. "Precisamos de uma configuração de soluções negociadas que elimine as causas fundamentais do conflito e garanta uma paz sólida no contexto da construção de um sistema euroasiático e global de segurança indivisível", declarou.
Zakharova apontou que a parte russa "não vê obstáculos importantes" que impeçam a continuação do processo impulsionado pelos líderes dos dois países para "acordar o marco político da solução do conflito". Ela acrescentou que se trata de uma tarefa "complexa e trabalhosa", que "não deve ser realizada diante dos microfones nem por meio de vazamentos", mas sim através de "instrumentos diplomáticos".
Na quarta-feira, Trump anunciou que cancelou a cúpula com seu par russo, prevista para ocorrer na capital húngara, Budapeste. "Não achei que fôssemos chegar aonde precisávamos chegar", argumentou. No entanto, expressou confiança em que o encontro aconteça "em um futuro próximo".