O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (22) que não pretende fornecer mísseis de cruzeiro Tomahawk à Ucrânia, destacando a complexidade técnica da arma e a impossibilidade de treinamentos rápidos para militares estrangeiros.
Segundo o presidente, o uso do sistema exige "pelo menos seis meses, normalmente um ano, para aprender", o que inviabiliza o envio a Kiev.
"A única forma de lançar um Tomahawk é se o lançarmos nós mesmos, e não vamos fazê-lo", declarou o mandatário, afirmando que se trata de uma arma "muito potente, muito precisa e complexa".
A fala foi feita durante uma coletiva de imprensa no Salão Oval da Casa Branca, ao lado do secretário-geral da OTAN, Mark Rutte.
Trump já havia informado, no início do mês, que considerava a possibilidade de envio, mas depois classificou a iniciativa como "uma escalada no conflito".
O conselheiro presidencial russo Yuri Ushakov afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin já reiterou ao presidente norte-americano que os mísseis Tomahawk não farão diferença no campo de batalha, mas causarão um "dano significativo" nas relações entre Washington e Moscou, bem como nas perspectivas de paz. A declaração aconteceu após uma ligação telefônica entre os dois mandatários.
"Fake news!"
Ainda na coletiva de imprensa, Trump voltou a desmentir uma reportagem do The Wall Street Journal, que afirmava que Washington havia levantado restrições ao uso de mísseis de longo alcance por Kiev. O presidente classificou a notícia como falsa e negou ter autorizado ataques dentro da Rússia.
"É falso! Eles [ucranianos] não estão usando nossos mísseis. Estão usando, acredito, mísseis europeus ou de outro lugar. Eu controlo nossos mísseis, e eles não os estão lançando”, afirmou.
O WSJ relatou mais cedo, citando fontes militares norte-americanas, que as forças ucranianas utilizam mísseis de cruzeiro Storm Shadow, fornecidos pelo Reino Unido, e que a decisão sobre o uso dessas armas teria sido tomada antes da reunião entre Zelensky e Trump na Casa Branca.