
EUA atacam suposto barco com drogas pela primeira vez no Pacífico

Os Estados Unidos atacaram na terça-feira (21) um suposto barco com drogas no Oceano Pacífico, o que marca a primeira operação letal do país na região após uma série de bombardeios no Caribe. A informação foi divulgada pelo canal CBS e confirmada pelo secretário de Guerra do país, Pete Hegseth.
Em uma publicação na rede social X, Hegseth, comentou o ataque, ocorrido sob ordens do presidente Donald Trump, "contra um barco operado por uma organização terrorista". Hegseth informou ainda que duas pessoas morreram e que a embarcação transitava por "uma rota conhecida" do tráfico de drogas.
"Narcoterroristas que pretendem trazer veneno para os Estados Unidos não encontrarão porto seguro em nenhum lugar do nosso hemisfério. Assim como a Al-Qaeda travou uma guerra contra a nossa pátria, esses cartéis estão travando guerra contra nossas fronteiras e o nosso povo. Não haverá refúgio nem perdão – apenas justiça", escreveu.
Segundo autoridades ouvidas pela mídia, o ataque é o oitavo realizado pelas Forças Armadas dos EUA na tentativa de supostamente combater o tráfico de drogas.
Série de ataques
As ações se tornaram frequentes desde agosto, quando Washington deslocou navios e militares para a costa da Venezuela, que classificou a medida como uma "ameaça" à sua segurança.
Desde então, o Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos questiona a legalidade dos ataques, já que constituem execuções sumárias, fato que viola o direito internacional.
De acordo com estimativas oficiais dos Estados Unidos, citadas na matéria da CBS, pelo menos 34 pessoas foram mortas desde setembro após sete bombardeios contra pequenos barcos em águas caribenhas.
Ataque recente deixou sobreviventes
No ataque mais recente anunciado pelo governo norte-americano, duas pessoas morreram, mas outras duas sobreviveram, sendo um colombiano e um equatoriano, acusados de transportar drogas.

Segundo relatou a agência AP na segunda-feira (20), o cidadão do Equador, foi repatriado e colocado à disposição da Justiça do país. No entanto, um tribunal ordenou a libertação do suspeito após não encontrar evidências de que o sobrevivente tivesse vínculo com o tráfico de drogas.
O colombiano, por sua vez, foi hospitalizado após a repatriação. Segundo o ministro do Interior da Colômbia, Armando Benedetti, o acusado "chegou com traumatismo craniano, sedado, drogado e utilizando com um respirador". Benedetti afirmou que o detido enfrentará medidas legais na Justiça, afirmou a mídia local.
