Rússia: "Os EUA tomam o Conselho de Segurança da ONU como refém"

Vasily Nebenzia enfatizou que "as ações dos norte-americanos não refletem de forma alguma a posição de princípio adotada pelos outros membros" do órgão.

O Conselho de Segurança da ONU tornou-se "refém" da política de Washington para o Oriente Médio, declarou na quarta-feira o representante permanente da Rússia nas Nações Unidas, Vasily Nebenzia, durante uma sessão da Assembleia Geral sobre o veto à situação na região.

Lembrando que, em 18 de abril, os EUA vetaram a resolução que permitiria que a Palestina se tornasse membro permanente da organização, Nebenzia observou que Washington "ficou quase completamente isolado", pois foi o único a bloquear o projeto apresentado pela Argélia.

"Lamentamos profundamente essas ações de nossos colegas norte-americanos. Elas não refletem de forma alguma a posição de princípio adotada pelos outros membros do Conselho de Segurança da ONU, que durante esses seis meses tornaram-se, basicamente, reféns dos EUA na questão do Oriente Médio, afirmou.

"Os debates da ONU se tornaram rotina"

Nebenzia ainda acrescentou que "ninguém espera nada novo de cada nova sessão convocada por ocasião de outro veto dos EUA à Palestina". "Os debates na Assembleia Geral tornaram-se rotina. Pela quinta vez desde o início da atual escalada do conflito israelense-palestino, ouvimos, previsivelmente, muitas palavras bonitas de nossos colegas norte-americanos, cujo significado sempre se resume ao fato de que os EUA estão fazendo esforços diplomáticos ativos 'no terreno'", disse.

Nesse sentido, enfatizou que uma "avaliação honesta e objetiva dos resultados dessa abordagem unilateral" mostra que a "diplomacia silenciosa" de Washington não está funcionando, já que as hostilidades continuam e o número de vítimas entre a população civil palestina só aumenta.

Segundo o diplomata russo, "todos entendem que o conflito palestino-israelense, assim como o conflito árabe-israelense em geral, não tem e não pode ter uma solução militar", pois "a violência só gera violência".