Após aval do Ibama, Petrobrás se prepara para investir US$ 3 bilhões na Margem Equatorial

A empresa iniciará perfuração de poços exploratórios na região, avaliando o potencial de 6,2 bilhões de barris e o impacto na autossuficiência energética do país.

Às vésperas da COP30, a Petrobras recebeu do Ibama a licença para perfurar um poço exploratório no bloco FZA-M-059, localizado na Margem Equatorial do Amazonas, a 500 km da foz do Rio e a 175 km da costa.

O processo de licenciamento ambiental se arrastava desde 2020.

O projeto é estratégico, pois a área exploratória pode abrigar cerca de 6,2 bilhões de barris de petróleo equivalente (boe), segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o que representa mais da metade das reservas comprovadas da companhia, que somam 11,4 bilhões de boe.

A perfuração está prevista para começar imediatamente e deve durar cinco meses, com objetivo de coletar dados geológicos que permitam avaliar a viabilidade econômica de petróleo e gás na área. Não haverá produção nessa etapa.

Nova fronteira energética

O plano de investimentos da Petrobras para 2025 a 2029 prevê a aplicação de US$ 3 bilhões na perfuração de 15 poços na Margem Equatorial, com destaque para o poço recém-liberado pelo Ibama. Oito desses poços estarão na Bacia da Foz do Amazonas.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a empresa atuará na Margem Equatorial com segurança e responsabilidade técnica, e mostrou otimismo sobre a possibilidade de descobrir petróleo nesta nova fronteira energética.


Autossuficiência e geração de emprego

A licença é considerada um marco para a autossuficiência brasileira em petróleo, segundo a ABESPetro, que representa empresas do setor. Telmo Ghiorzi, presidente-executivo da associação, destacou que a produção e a industrialização são essenciais para gerar empregos qualificados e bem remunerados, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.