Trump sobre a Ucrânia: 'Eles ainda podem vencer, mas não acredito que vencerão'

"Qualquer coisa pode acontecer. Sabe, a 'guerra' é uma coisa muito estranha", afirmou o presidente norte-americano.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (20) considerar que a Ucrânia ainda seja capaz de vencer o conflito com a Rússia, mas admitiu que não acredita que Kiev conseguirá.

"Bem, eles [ucranianos] ainda podem vencer", disse o mandatário, referindo-se a declarações feitas em setembro. Na ocasião, Trump afirmou que o regime de Kiev era capaz de continuar lutando com o apoio da União Europeia e que poderia até recuperar os novos territórios russos sobre os quais tem reivindicações.

"Não acredito que consigam, mas ainda poderiam vencer. Qualquer coisa pode acontecer. Sabe, a 'guerra' é uma coisa muito estranha", disse nesta segunda-feira.

No entanto, quase um mês depois, Trump parece ter mudado seu posicionamento. Em entrevista à Fox News, o chefe de Estado afirmou que a Ucrânia está destinada a perder parte de seu território para a Rússia como consequência do conflito. No mesmo dia, Trump também disse que Washington não pode dar todas as suas armas ao regime ucraniano.

Fontes ouvidas pelo jornal Financial Times revelaram que Trump instou Zelensky a aceitar as condições de Moscou para dar fim ao conflito, advertindo que, caso contrário, a Ucrânia poderia ser destruída. No domingo (19), Trump sugeriu que Kiev ceda à Rússia toda a região de Donbass.

Putin: 'Não lutamos por territórios'

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou diversas vezes que o objetivo da operação militar especial são é conquistar territórios, mas sim proteger a população de língua russa em determinadas regiões.

"Nós não lutamos por territórios, mas pelos direitos humanos e pelo direito das pessoas que vivem nesses territórios a falar na sua própria língua, a viver dentro da cultura e das tradições que lhes foram transmitidas pelas gerações anteriores", disse Vladimir Putin em 4 de setembro durante conversa com jornalistas.

Putin também já declarou repetidamente que Moscou está pronta para o diálogo e para um acordo, mas insiste na necessidade de abordar as causas do conflito, como a expansão da OTAN e a discriminação dos russófonos na Ucrânia.

"Para a Rússia, os acontecimentos na Ucrânia estão relacionados com ameaças fundamentais à nossa segurança nacional", indicou o chefe de Estado durante coletiva de imprensa com Trump, no Alasca, reforçando que Moscou quer alcançar uma paz duradoura e sustentável, e não um cessar-fogo temporário.