
Kiev está vazando detalhes das negociações de paz para aliados europeus, alerta Moscou

A Ucrânia está vazando informações confidenciais sobre suas negociações com os Estados Unidos para capitais europeias, afirmou Kirill Dmitriev, chefe do Fundo Russo de Investimento Direto, no domingo (19).

"Os Estados Unidos estão promovendo uma resolução pacífica para o conflito na Ucrânia. Então, por que a delegação ucraniana está vazando conversas confidenciais da Casa Branca para seus amigos na União Europeia e no Reino Unido, bem como para a imprensa?", escreveu Dmitriev em sua conta no X.
Dmitriev citou reportagem do Financial Times segundo a qual, durante reunião em Washington na sexta-feira (17), o presidente dos EUA, Donald Trump, pediu ao líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, que aceitasse os termos de Moscou para encerrar o conflito, alertando que, caso contrário, ele poderia ser "destruído".
A reunião teria se transformado em discussão acalorada diversas vezes, com Trump "constantemente discutindo", relatam fontes do Financial Times, que acrescentam que o presidente americano insistiu que Zelensky cedesse todo o Donbass à Rússia.
"Parece que a delegação ucraniana está vazando todos esses detalhes supostamente muito específicos para autoridades da UE e do Reino Unido, que, por sua vez, os estão vazando para a imprensa. Um esquema para vazar informações a fim de interromper as negociações de paz e manipular a opinião pública, concentrando-se em certos detalhes e ignorando outros", concluiu Dmitriev.
A Rússia está pronta para um acordo
O Kremlin reiterou que o objetivo da operação militar especial não é o território, mas proteger a população de língua russa.
"Falando francamente, quero enfatizar isso, estamos lutando não tanto por território, mas sim pelos direitos humanos e pelo direito das pessoas que vivem nesses territórios de falar sua própria língua, de viver dentro da estrutura de sua própria cultura e das tradições transmitidas por gerações anteriores, de seus pais, avós e assim por diante. É disso que estamos falando, antes de tudo", disse o presidente russo, Vladimir Putin.
Putin afirma que Moscou está pronta para um diálogo e um acordo, mas insiste em tratar as causas profundas do conflito, como a expansão da OTAN e a discriminação contra falantes de russo na Ucrânia.
"Para a Rússia, os eventos na Ucrânia estão ligados a ameaças fundamentais à nossa segurança nacional", declarou durante a cúpula com Trump no Alasca, enfatizando que busca uma paz duradoura e sustentável, não apenas um cessar-fogo temporário.

