
Hamas acusa Israel de roubar órgãos de prisioneiros palestinos e pede investigação internacional

O Hamas acusou, na sexta-feira (17), as Forças de Defesa de Israel (IDF) de roubar órgãos de corpos de palestinos e pediu a criação de uma comissão internacional para investigar o que classifica como "um crime horrendo". As declarações foram dadas à agência Anadolu por Ismail Al-Thawabta, diretor do Escritório de Mídia do grupo.

Segundo Al-Thawabta, Israel "entregou 120 corpos através do Comitê Internacional da Cruz Vermelha" nos últimos dias, e a maioria "chegou em estado deplorável, com evidências de execuções e tortura sistemática".
O funcionário afirmou ainda que "alguns dos mortos foram devolvidos vendados e com as mãos e os pés amarrados", enquanto outros "apresentavam sinais de estrangulamento e marcas de cordas no pescoço, indicando assassinato deliberado".
O porta-voz disse que "partes de muitos corpos estavam faltando, incluindo olhos, córneas e outros órgãos", o que, segundo ele, "confirma que o Exército israelense roubou órgãos humanos enquanto mantinha os corpos sob custódia".
Al-Thawabta pediu que "a comunidade internacional e as organizações de direitos humanos formem imediatamente um comitê de investigação para responsabilizar Israel por violações graves contra os corpos dos mártires e pelo roubo de seus órgãos".
Ainda de acordo com a matéria da Anadolu, citando dados da Campanha Nacional Palestina pela Recuperação dos Corpos dos Mártires, Israel mantém atualmente os corpos de 735 palestinos, incluindo 67 crianças.
O jornal israelense Haaretz informou que cerca de 1.500 corpos de palestinos da Faixa de Gaza estariam sob custódia em uma base militar em Sde Teiman, no deserto de Negev, no sul de Israel.
O governo israelense não respondeu às acusações relatadas pela agência de notícias.
As denúncias surgem durante o cessar-fogo firmado entre Hamas e Israel, mediado com base em um plano de 20 pontos apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que prevê a libertação de reféns e prisioneiros, a reconstrução de Gaza e o estabelecimento de um novo governo local sem o Hamas.

