Teerã, Moscou e Pequim denunciam ilegalidade de manobra europeia sobre sanções ao Irã

Em carta conjunta à ONU, países afirmam que medida do Reino Unido, França e Alemanha carece de validade jurídica e marca encerramento do dossiê nuclear iraniano no Conselho de Segurança.

Os embaixadores do Irã, Amir-Saeid Iravani, da Rússia, Dmitry Polyansky, e da China, Fu Cong, na Organização das Nações Unidas enviaram uma carta conjunta ao secretário-geral da ONU, António Guterres e ao Conselho de Segurança declarando que a Resolução 2231, que encerrou o programa de não proliferação nuclear do Irã, foi concluída em sua totalidade e não está mais em vigor.

O documento, divulgado no sábado (18) pelo chanceler iraniano Seyed Abbas Araghchi em uma publicação na rede X, critica a recente iniciativa de Reino Unido, França e Alemanha de acionar o mecanismo de "snapback", que permitiria restaurar sanções anteriores contra Teerã.

Segundo a carta, a ação do trio europeu é "juridicamente e processualmente defeituosa" e "carece de validade legal". Os três países sustentam na ONU que Londres, Paris e Berlim "não cumpriram suas próprias obrigações" no âmbito do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA) e, portanto, "não têm legitimidade para invocar" os dispositivos previstos na resolução.

O texto também reafirma que "todas as disposições da Resolução 2231 foram encerradas em 18 de outubro de 2025", conforme o parágrafo operacional 8 do documento aprovado pelo Conselho de Segurança em 2015.

"A conclusão plena e pontual da resolução representa o fim da consideração da questão nuclear iraniana pelo Conselho", afirma a carta, destacando que o encerramento reforça "a autoridade do órgão e a credibilidade da diplomacia multilateral".

Em outro trecho, os três países defendem a continuidade dos esforços diplomáticos e pedem que as partes envolvidas "mantenham o compromisso com o diálogo político, baseado no respeito mútuo e na busca de soluções equilibradas". Também alertam contra "sanções unilaterais, ameaças de uso da força ou qualquer ação que possa aumentar as tensões".

A carta solicita que o documento seja distribuído oficialmente aos membros do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral da ONU.

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