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Em pico de audiência, Globo encerra Vale Tudo exaltando o SUS, a educação e a urna eletrônica

Capitulo final contrasta conquistas brasileiras com falhas dos EUA em saúde, pesquisa e acesso público, em um raro discurso de soberania exibido no horário nobre.
Em pico de audiência, Globo encerra Vale Tudo exaltando o SUS, a educação e a urna eletrônicaReprodução/Divulgação Redes Sociais

Em pleno horário nobre da televisão brasileira, a Globo encerrou Vale Tudo (2025) com uma cena forte de crítica social. O diálogo entre Bartolomeu (Luís Melo) e Ivan (Renato Góes) exaltou o Sistema Único de Saúde (SUS), a educação, a produção de alimentos e a urna eletrônica — símbolos de soberania e avanço tecnológico — enquanto contrastava o modelo brasileiro com as falhas do sistema norte-americano.

"Se você for nos Estados Unidos e quebrar uma perna, se não tiver dinheiro pra pagar a ambulância, você não chega nem no hospital", diz Ivan, destacando que o serviço custa "400 dólares, ou 2.400 reais". A fala viralizou nas redes sociais por explicitar a diferença entre o acesso universal garantido pelo SUS e o custo da saúde privada nos Estados Unidos.

Bartolomeu, jornalista veterano e voz moral da trama, amplia a reflexão. "E o nosso sistema bancário? A urna eletrônica, isso tudo é tecnologia brasileira".

O diálogo prossegue com a lembrança de pesquisas científicas nacionais e a descoberta de um medicamento que pode reverter um tipo de paralisia — conquistas que reforçam o potencial da ciência brasileira.

"O brasileiro precisa voltar a estudar o Brasil para se orgulhar desse país onde a gente vive", disse Bartolomeu, encerrando a conversa com um apelo direto: "Educação, mais educação. Não dá mais pra gente ser o país do futuro, não, Ivan. Tá na hora do Brasil ser o país do presente". 

A cena, exibida na noite de sexta-feira (17), foi ao ar no último capítulo do remake de Vale Tudo e alcançou 29,8 pontos de audiência, o segundo maior índice da novela. Milhões de telespectadores acompanharam a conversa que, segundo internautas, soou como uma defesa dos avanços do Brasil em contraste com o modelo norte-americano — um raro discurso de orgulho e soberania nacional em um produto de entretenimento de massa na emissora.

Na fala inicial, Bartolomeu lembra que "o Brasil é bom em muita coisa", citando a exportação de alimentos, a produção de energia limpa, a indústria de aviões e a força criativa da música, do cinema e da publicidade — "na maioria das vezes, com brasileiros nordestinos à frente".

Ivan, autor de um livro escrito durante o cárcere na trama, completa: "Eu fiquei impressionado com a pesquisa pro livro, sabia, pai?"

O diálogo, costurado por temas de educação, tecnologia e autoestima nacional, sintetiza o espírito da nova versão da obra. Vale Tudo (2025) retomou o tom crítico da novela original de 1988, mas adaptou o debate à realidade contemporânea — discutindo ética, cidadania e o papel do Brasil no mundo globalizado.