O governo argentino inaugurou o Centro Nacional Antiterrorista (CNA), órgão que ficará sob a coordenação da Secretaria de Inteligência de Estado (SIDE) e do Ministério da Segurança, informou o jornal Página 12 nesta sexta-feira (17). A medida coloca o país em sintonia com a estratégia de combate ao terrorismo promovida pelos Estados Unidos.
O anúncio faz parte de um acordo mais amplo firmado entre o presidente argentino, Javier Milei, e o presidente americano, Donald Trump, durante reunião na Casa Branca, realizada na terça‑feira (14). Milei descreveu a iniciativa como uma "aliança incondicional" com os EUA.
Autoridades argentinas assinaram nesta sexta-feira, em Washington, um acordo de cooperação com o FBI na luta contra o terrorismo, cujo objetivo é estabelecer uma "linha direta" para a troca de informações sobre possíveis ameaças. A iniciativa ocorre em meio a críticas que apontam riscos de uso repressivo da medida contra manifestações sociais e comunidades indígenas.
Entretanto, especialistas alertam que a criação do CNA pode fortalecer a dependência argentina em relação aos EUA e ampliar as ferramentas do governo para processar pessoas que participam de manifestações e protestos.
A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, admitiu que a intenção é estreitar os laços com os EUA, mas o jornal observa que tal movimento pode refletir um reforço da política de submissão ao modelo norte‑americano.