Petro anuncia rompimento das relações da Colômbia com Israel

"Se a Palestina morrer, a humanidade morre. Não vamos deixar que ela morra", declarou o presidente colombiano Gustavo Petro.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou que amanhã, quinta-feira, 2 de maio, seu país romperá relações diplomáticas com Israel, devido aos contínuos ataques contra os palestinos.

O presidente fez o anúncio durante um discurso na Plaza de Bolivar, como parte das marchas do Dia de Maio (Dia dos Trabalhadores).

"Talvez todas as palavras de ordem, todas as cores possam ser resumidas em uma única palavra que justifique a necessidade de rebelião, da bandeira levantada e da resistência, e essa palavra se chama Gaza, se chama Palestina [...] Aqui, diante de vocês, o Governo da Mudança, o Presidente da República informa que amanhã as relações diplomáticas com o Estado de Israel serão rompidas, por ter um Governo, por ter um presidente genocida", disse Petro.

Em seu discurso, o presidente insistiu: "Se a Palestina morrer, a humanidade morre; e nós não vamos deixá-la morrer".

Petro enfatizou que não podem voltar "os tempos do genocídio, do extermínio de um povo inteiro diante de nossos olhos, diante de nossa passividade".

Anúncio prévio

No final de março, Petro prometeu romper relações com Israel se o país não cumprir a resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre o cessar-fogo e convidou "as nações do mundo" a tomar a mesma decisão.

Além disso, em 1º de abril, a Colômbia anunciou que estava se juntando ao processo movido pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CJI) em Haia sobre os atos "de caráter genocidas" cometidos contra a população civil da Faixa de Gaza.

A Chancelaria da Colômbia anunciou então sua decisão de "intervir" no processo perante o tribunal superior para "auxiliar o processo da África do Sul contra Israel" e "contribuir de forma tangível para a defesa da causa palestina na arena judicial internacional".

Protestos

Em seu discurso na quarta-feira, Petro expressou confiança de que milhões de pessoas concordam com sua posição, já que saíram às ruas para protestar em defesa de Gaza.

"Acredito que hoje toda a humanidade nas ruas, aos milhões, está de acordo conosco, e nós com ela", disse ele sobre a questão.

Nos últimos dias, uma onda de protestos estudantis sacudiu várias universidades dos EUA, levando a confrontos com a polícia e centenas de prisões.

Esses protestos, em apoio à Palestina, começaram em 18 de abril na Universidade de Columbia, em Nova York, e de lá se espalharam para outras instituições de ensino.