O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, acusou, em suas redes sociais na quinta-feira (16), o ex-primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, de "promover intencionalmente a prolongação do conflito ucraniano" à luz das recentes alegações contra o político britânico de ter lucrado com o conflito.
Denunciando o que chamou de "entusiasmo ocidental pela guerra", Fico acusou Johnson de "estar envolvido em um caso sujo com suborno de um oligarca de armas".
"Ele (Johnson) insistiu na continuação da guerra na Ucrânia até que a Rússia se ajoelhasse. Mas você sabe muito bem que os russos só se ajoelham quando querem amarrar as botas", afirmou, destacando que Johnson conseguiu atingir seu objetivo e gerar "negócios para empresas de armas ocidentais" à custa de "centenas de milhares de mortes".
Caso de Boris Johnson
Em 10 de outubro, o jornal The Guardian revelou os documentos filtrados da antiga oficina de Johnson, alegando que ele recebeu 1 milhão de libras (cerca de R$ 7,3 milhões) do empresário Christopher Harborne, acionista majoritário de uma fabricante de armamentos britânica com ligações à Ucrânia. Trata-se, segundo o The Guardian, da "maior doação já feita a um parlamentar britânico".
De acordo com o veículo de imprensa, Harborne participou de ao menos uma visita de Johnson à Ucrânia, em setembro de 2023, onde o ex-premiê manteve encontros com autoridades locais.
Nos documentos vazados, o empresário aparece identificado como "assessor do gabinete de Boris Johnson" durante o fórum Yalta European Strategy (YES), realizado em Kiev. No dia seguinte, ambos seguiram para Lvov, onde foram registrados em uma recepção oficial.