O assessor presidencial russo Yuri Ushakov afirmou, nesta quinta-feira (16), que o eventual fornecimento de mísseis de cruzeiro de longo alcance Tomahawk ao regime de Kiev causará impacto significativo nas relações entre Moscou e Washington, além de comprometer as perspectivas de uma resolução pacífica para o conflito na Ucrânia.
A declaração foi feita após uma conversa telefônica entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo Ushakov, o telefonema teve caráter "substancial, franco e confidencial" e durou cerca de duas horas e meia.
Durante a ligação, o presidente russo reiterou, segundo o assessor, que "os Tomahawks não mudarão a situação no campo de batalha", mas que sua entrega "afetará de maneira relevante as relações entre nossos países, sem falar nas perspectivas de regulamentação pacífica".
A conversa abordou amplamente temas internacionais, com destaque para a situação no Oriente Médio e o conflito na Ucrânia.
Putin apresentou uma avaliação detalhada da atual conjuntura, reafirmando o interesse russo em uma solução política e diplomática. De acordo com Ushakov, foi mencionado que as forças armadas da Rússia detêm a iniciativa estratégica ao longo de toda a linha de confronto, enquanto o regime de Kiev recorre a "métodos terroristas", atingindo alvos civis.
Do lado norte-americano, Trump enfatizou a urgência de se alcançar a paz na Ucrânia. Ainda segundo o relato russo, o presidente dos EUA teria expressado que esse é o mais complexo dos conflitos em que esteve envolvido como mediador, mencionando seus êxitos na resolução de outras oito disputas regionais.
Um dos pontos centrais da conversa, conforme destacou Yuri Ushakov, foi a afirmação de Trump de que o encerramento do conflito abriria "colossais perspectivas para o desenvolvimento da cooperação econômica entre os EUA e a Rússia".
Os presidentes também discutiram um novo encontro presencial em Budapeste. De acordo com Ushakov, representantes dos dois países devem iniciar imediatamente os preparativos.
Ushakov enfatizou que o contato entre os dois presidentes foi "bastante útil" e que ambos manterão a comunicação direta.