Apesar do cessar-fogo anunciado entre o Hamas e Israel, a situação humanitária na Faixa de Gaza continua catastrófica, especialmente para as crianças doentes, informou a Al Jazeera nesta quinta-feira (16).
As restrições israelenses impedem o fluxo de ajuda vital ao enclave. Menos de 300 caminhões entram em Gaza por dia, muitos deles transportando mercadorias comerciais, e não humanitárias, que a população não tem condições de comprar. Seria necessária a entrada de pelo menos 600 caminhões de ajuda humanitária por dia para atender às necessidades básicas do povo palestino.
Como resultado, hospitais como o PFBS e o Al-Shifa enfrentam uma grave escassez de medicamentos, alimentos e combustível, deixando os médicos impotentes e as crianças com formas graves de desnutrição e doenças crônicas sem a assistência necessária e à beira da morte.
À espera de ajuda
Para mães como Randa, cuja filha Ruqayya sofre de desnutrição grave, e Tahani, cuja filha Alma sofre de um problema cardíaco e depende de oxigênio para respirar, a espera desesperada por ajuda tornou-se uma tortura diária. Crianças como elas esperam receber alimentação especializada para subnutrição e ter a possibilidade de viajar ao exterior para passar por cirurgias urgentes, mas essas esperanças ainda não se concretizaram.
Os profissionais de saúde afirmam que o colapso do sistema de saúde, causado por dois anos de guerra e bloqueio, ainda não foi superado e que não houve melhorias significativas no fornecimento de medicamentos e equipamentos após o cessar-fogo, deixando os habitantes mais vulneráveis de Gaza em situação desesperadora.