O Tribunal Penal Internacional de Haia não tem autoridade sobre o Estado de Israel para impedir que suas tropas entrem na cidade de Rafah e cumpram sua determinação de vencer a guerra em Gaza, disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em uma mensagem à nação na terça-feira.
Israel está determinado a avançar sua ofensiva em Rafah, onde mais de um milhão de palestinos deslocados estão amontoados. No entanto, o país judeu enfrenta críticas internacionais, inclusive do Tribunal Penal Internacional, que ameaçou emitir um mandado de prisão para Netanyahu e outras autoridades israelenses, provocando raiva em Tel Aviv e ameaças de retaliação por parte de Washington.
"Esse tribunal não tem autoridade sobre o Estado de Israel. A possibilidade de emissão de mandados de prisão por crimes de guerra contra comandantes da FDI e líderes de Estado é um escândalo de escala histórica", destacou o mandatário.
Netanyahu disse que Israel "não tem outra escolha" e que entrar em Rafah é essencial para uma possível vitória no campo de batalha. "Destruiremos os batalhões do Hamas lá e alcançaremos todos os objetivos da guerra, incluindo o retorno de todos os nossos sequestrados", enfatizou.
O líder israelense insiste que essa será a primeira vez que um "país democrático, lutando por sua vida de acordo com todas as regras do direito internacional" será acusado de crimes de guerra e afirma que, se isso acontecer, "será uma mancha indelével em toda a humanidade [...] um crime de ódio antissemita sem precedentes".