Venezuela denuncia EUA por operação ilegal da CIA e diz que encaminhará denúncia à ONU

Durante reunião da CELAC, Caracas acusou Washington de violar o Direito Internacional e alertou para risco de escalada no Caribe.

O governo da Venezuela divulgou na quarta-feira (15) um comunicado oficial no qual acusa o presidente dos Estados Unidos de admitir publicamente ter autorizado operações destinadas a comprometer a paz e a estabilidade do país.

Caracas classificou as declarações como "belicistas e extravagantes" e afirmou que elas representam uma "gravíssima violação do Direito Internacional e da Carta das Nações Unidas".

De acordo com o comunicado, a República Bolivariana da Venezuela considera as declarações como "inaceitáveis e sem precedentes", e pediu que a comunidade internacional condene tais afirmações, classificadas como "imoderadas e inconcebíveis".

O texto também manifesta "extrema preocupação" com o uso da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos e com a presença militar norte-americana no Caribe, que, segundo Caracas, configura uma política de "agressão, ameaça e hostilização".

A nota argumenta que essas manobras buscam legitimar uma operação de "mudança de regime", com o objetivo final de tomar o controle dos recursos energéticos da Venezuela.

Caracas também denunciou o uso do discurso antimigratório por autoridades estadunidenses, que, segundo o governo venezuelano, "alimentam discursos xenofóbicos e políticas repressivas".

Durante uma reunião extraordinária de chanceleres da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), convocada pela presidência pro tempore da Colômbia, a Venezuela formalizou a denúncia e exigiu uma resposta regional imediata.

Segundo o comunicado, a missão permanente do país junto à Organização das Nações Unidas (ONU) encaminhará a denúncia ao Conselho de Segurança e ao secretário-geral da entidade na quinta-feira (16), cobrando prestação de contas do governo dos Estados Unidos e medidas urgentes para impedir uma escalada militar no Caribe, declarado zona de paz pela CELAC em 2014.

"A comunidade internacional deve compreender que a impunidade ante esses atos terá consequências políticas perigosas que devem ser detidas de imediato", conclui o texto.