EUA afirmam que 'preocupações com censura e os direitos humanos' motivaram tarifaço contra Brasil
Na véspera do encontro entre as delegações brasileiras e norte-americanas, o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, afirmou em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (15) que parte da tarifa imposta ao Brasil está ligada a "preocupações extremas com o Estado de Direito, a censura e os direitos humanos" no país.
As tarifas, que chegam a 50% sobre determinados produtos brasileiros, passaram a valer em 6 de agosto. Segundo Greer, 10% correspondem a uma tarifa geral aplicada a várias nações, voltada para "controlar o déficit comercial global".
Os outros 40%, explicou ele, seriam consequência de decisões judiciais brasileiras que teriam determinado que empresas dos EUA se submetessem ao que chamou de "ordens de censura".
"Um juiz brasileiro assumiu para si a responsabilidade de ordenar que empresas americanas se censurem, emitindo ordens secretas sobre o controle do fluxo de informações", afirmou o representante.
A declaração pareceu ser direcionada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator por casos envolvendo big techs americanas, como X e Rumble, e também pelo processo que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que estava presente, acrescentou que houve "detenção ilegal de cidadãos americanos que estavam no Brasil", sem fornecer maiores informações.
- Nesta quinta-feira (16) o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira e o secretário de Estados dos EUA, Marco Rubio, se reunirão para discutir uma possível redução das tarifas norte-americanas sobre produtos brasileiros.
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