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AstraZeneca admite que sua vacina contra a covid pode causar efeito colateral incomum

Trata-se de uma condição que faz com que as pessoas tenham coágulos nos vasos sanguíneos em diferentes partes do corpo e tenham uma baixa contagem de plaquetas.
AstraZeneca admite que sua vacina contra a covid pode causar efeito colateral incomumGettyimages.ru / Luis Barron / Eyepix Group/Future Publishing

A farmacêutica AstraZeneca admitiu que sua vacina contra o coronavírus pode causar um efeito colateral incomum relacionado a uma irregularidade na coagulação do sangue, noticiou no domingo o The Telegraph, citando um documento judicial.

Trata-se da síndrome de trombocitopenia trombótica (TTS), que causa o desenvolvimento de coágulos em vasos sanguíneos no cérebro ou em outras partes do corpo, juntamente com uma baixa contagem de plaquetas. Essa condição potencialmente mortal é conhecida como 'trombocitopenia trombótica imunológica induzida por vacina' (VITT).

A TTS foi identificada em algumas pessoas que receberam a vacina da AstraZeneca, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford para combater a covid-19. No Reino Unido, na União Europeia e em países escandinavos, houve relatos raros de trombose do seio venoso cerebral, bem como trombocitopenia, em pacientes vacinados.

Reconhecimento do estranho efeito colateral

Em um documento judicial submetido em fevereiro passado no Tribunal Superior de Londres, a AstraZeneca reconheceu que sua vacina "pode, em casos muito raros, causar TTS". No entanto, a empresa afirmou não conhecer o mecanismo biológico que causa a síndrome.

Segundo o The Telegraph, o reconhecimento desse efeito colateral acontece enquanto a companhia britânica enfrenta diversos processos judiciais por lesões e mortes associadas ao uso de sua vacina. Até agora, 51 ações judiciais foram iniciadas contra a AstraZeneca, com vítimas ou suas famílias buscando indenizações de até 126 milhões de dólares.

Jamie Scott, um dos autores da ação, argumentou ter sofrido uma lesão cerebral permanente como resultado de um coágulo sanguíneo após receber a vacina em abril de 2021. Em maio do ano passado, os advogados de Scott receberam uma carta da AstraZeneca na qual o laboratório negava que "o TTS é causado pela vacina em nível genérico". Por sua vez, a acusação alegou que a vacina da empresa farmacêutica britânica é "defeituosa" e que sua eficácia foi "muito exagerada".

Apoio às vítimas da vacina

A AstraZeneca afirmou em um comunicado citado pelo New York Post que apoia qualquer pessoa que tenha sido afetada por sua vacina, ao mesmo tempo em que defende sua eficácia.  A empresa também argumentou que as reações adversas graves decorrentes da vacinação são raras. Atualmente, o medicamento em questão não é mais usado no Reino Unido nem na Austrália.

Estima-se que a probabilidade de uma pessoa desenvolver TTS após ser imunizada com a vacina da AstraZeneca seja de uma em 50.000. Por sua vez, a Universidade de Oxford argumentou que a vacina evitou aproximadamente seis milhões de mortes durante a pandemia.