Chanceler do Irã critica Trump como 'pacificador' e relembra ataques contra instalações nucleares

"É difícil ser considerado um presidente da paz quando se provocam guerras intermináveis e se alia a criminosos de guerra", declarou Seyyed Abbas Araghchi.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Seyyed Abbas Araghchi, criticou duramente nesta terça-feira (14) o presidente dos EUA, Donald Trump, e o governo de Israel, liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

"O verdadeiro agressor do Oriente Médio, Sr. Presidente [Donald Trump], é o mesmo ator parasitário que há muito tempo vem intimidando e explorando os EUA", declarou o chanceler através de suas redes sociais, em referência a Tel Aviv. Abbas reiterou o caráter pacífico do programa nuclear iraniano, declarando que Trump foi "mal informado" sobre sua natureza. 

Nesse sentido, apontou que Trump foi eleito sob a promessa de que o Exército norte-americano "não seria sugado para guerras eternas tramadas por fomentadores de guerra", encerrando a "série de enganos" promovida por Israel contra presidentes dos EUA.

Entretanto, em seu segundo mandato, o mandatário norte-americano se envolveu diretamente no conflito entre Teerã e Tel Aviv. Enquanto Washington bombardeou instalações nucleares iranianas, o presidente norte-americano apoiou as ofensivas de Israel que atingiram diversas partes do país, matando 1.000 iranianos, incluindo mulheres e crianças, de acordo com Abbas.

"É difícil ser considerado um presidente da paz quando se provocam guerras intermináveis e se alia a criminosos de guerra. O Sr. Trump pode ser um presidente da paz ou um presidente da guerra, mas não pode ser ambos ao mesmo tempo", declarou o chanceler.

O diplomata iraniano, contudo, concordou com o presidente dos EUA sobre o país persa não ser utilizado como pretexto para a "normalização" das relações entre Israel e os países árabes. "Se alguém quer sacrificar os palestinos enquanto abraça uma entidade genocida que deseja devorar toda a região, deve ter a coragem de assumir total responsabilidade por isso perante seu povo e não culpar os outros", concluiu em sua publicação.