Notícias

Pré-COP: Brasil conquista apoio de países em desenvolvimento no combate ao aquecimento global, enquanto UE fica em silêncio

"A luta contra o aquecimento global exige ética, sustentabilidade e responsabilidade compartilhada", afirmou Geraldo Alckmin durante o evento preparatório para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).
Pré-COP: Brasil conquista apoio de países em desenvolvimento no combate ao aquecimento global, enquanto UE fica em silêncio© Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Durante a Pré-COP, realizada em Brasília nesta segunda-feira (13), o Brasil conseguiu o apoio de países em desenvolvimento para intensificar ações contra os impactos do aquecimento global. No entanto, países ricos, especialmente da Europa, mantiveram-se discretos, conforme reportado pelo jornal O Globo.

Enquanto nações da América Latina, África e Ásia buscam soluções conjuntas, os países mais desenvolvidos evitaram compromissos diretos, limitando-se a não assumir novas obrigações financeiras ou metas mais ambiciosas de redução de emissões.

André Guimarães, diretor executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), membro da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura e enviado especial da sociedade civil para a COP30, criticou a postura europeia, afirmando que eles "se mantêm em silêncio".

O Acordo de Paris, que visa combater as mudanças climáticas, não teve prosseguimento desde a COP29 realizada no Azerbaijão, em 2024. Países ricos têm resistido a estabelecer aportes obrigatórios e prazos para liberação de recursos, mantendo indefinido o novo objetivo coletivo de financiamento, que substituiria a antiga meta de US$ 100 bilhões anuais e poderia alcançar até US$ 1,3 trilhão por ano, segundo participantes das negociações.

Sul Global articulado

Outro ponto de atenção nas negociações climáticas é a atualização das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que definem as metas de redução de emissões de cada país. Até o momento, a União Europeia não apresentou oficialmente sua NDC pós-2030, limitando-se a uma declaração de intenções. Dos 196 países associados à ONU, apenas 62 entregaram seus planos de forma oficial.

Brasil, Índia, Indonésia e Quênia estão entre os países que já ajustaram suas metas. O Brasil, em particular, lançou propostas de financiamento sustentável, incluindo o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, voltado à conservação e ao manejo das áreas florestais.

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, afirmou durante abertura da Pré-COP que "a luta contra o aquecimento global exige ética, sustentabilidade e responsabilidade compartilhada".

"O Brasil reconhece a crise climática e quer uma meta realista de emissões, que concilie crescimento econômico e transição energética, com compromisso com o desenvolvimento sustentável. O país tem papel fundamental nas três grandes questões do século: segurança alimentar, segurança energética e combate às mudanças climáticas", complementou Alckmin.