Dilma e Xi Jinping participam de cúpula da ONU na China sobre direitos das mulheres

O Encontro Global de Líderes sobre Mulheres, realizado em Pequim nesta segunda-feira (13), contou com a presença do presidente chinês, Xi Jinping, e da ex-presidente brasileira e atual chefe do Banco dos BRICS, Dilma Rousseff. A notícia foi publicada pelo portal Poder 360.

O evento, coordenado pela Organização das Nações Unidas (ONU), teve como um dos pilares reforçar os compromissos assumidos durante a 4ª Conferência Mundial sobre Mulheres, em 1995.

Na ocasião, a declaração de Pequim reconheceu que os direitos das mulheres são direitos humanos e definiu 12 áreas prioritárias para orientar políticas públicas voltadas à igualdade de gênero e ao fortalecimento feminino.

A secretária-geral adjunta da ONU, Amina J. Mohammed, também participou do encontro e abordou a vulnerabilidade feminina em contextos de conflito. 

"Não podemos falar em empoderamento das mulheres enquanto elas vivem sob a sombra da violência e em constante medo. Mas a segurança é apenas o começo. Um ambiente de verdade significa abrir todas as portas para a educação, a saúde, o trabalho decente e a plena participação política", afirmou a diplomata durante o encontro.

Amina Mohammed ressaltou a importância da conferência e lembrou que, apesar dos avanços conquistados nas últimas décadas, boa parte das promessas feitas em 1995 ainda "permanece incompleta". Segundo ela, as vitórias alcançadas por bilhões de mulheres ao redor do mundo não foram suficientes para eliminar as desigualdades estruturais nem a violência de gênero.

O documento original de 1995 já fazia esse alerta. "Embora comunidades inteiras sofram as consequências dos conflitos armados e do terrorismo, as mulheres e meninas são particularmente afetadas em razão de sua condição na sociedade e de seu sexo", lê-se em um dos trechos da declaração de Pequim.

China anuncia pacote de investimentos

Discussões sobre mulheres e geopolítica marcam a abertura do Fórum Parlamentar do BRICS

Xi Jinping defendeu a inclusão e a participação ativa das mulheres na política, pedindo aos chefes de Estado que "ampliem os canais" de representação feminina na governança nacional e social. "É fundamental garantir que a igualdade de gênero se enraíze verdadeiramente em toda a sociedade", disse o líder chinês.

Durante o evento, a China anunciou um pacote de investimentos de US$ 110 milhões voltado a apoiar pautas femininas em todo o mundo. Desse total, US$ 10 milhões serão doados à ONU Mulheres, e US$ 100 milhões destinados ao Fundo de Desenvolvimento Global e Cooperação Sul-Sul.

Os recursos financiarão projetos voltados ao desenvolvimento de mulheres e meninas, em parceria com organizações internacionais.