
Rússia diz estar pronta para neutralizar Tomahawk em possível envio dos EUA ao regime de Kiev

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou nesta segunda-feira (13) que está preparado para lidar com mísseis Tomahawk, caso os Estados Unidos decidam enviá-los ao regime de Kiev. A declaração foi feita por Rodion Miroshnik, embaixador-geral da chancelaria russa, em entrevista ao jornal Izvestia.
Segundo o diplomata, a possível entrega do armamento americano teria caráter simbólico, já que os sistemas de defesa aérea russos são capazes de interceptá-los.
"Do ponto de vista da eficácia militar, esta não é uma arma nova, é compreensível para os nossos militares. Esta é uma arma bastante antiga para sistemas de defesa aérea e, nesse sentido, sabemos como combatê-la", afirmou.
Miroshnik também avaliou que a medida revela as verdadeiras intenções de Washington. "Por um lado, [os Estados Unidos] declaram o desejo de paz, mas, por outro, consideram a alocação de armas que não têm impacto positivo em um acordo de paz", acrescentou.

Ainda em setembro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que o envio dos mísseis ao regime de Kiev poderia ocorrer se Moscou "não concordasse com um acordo pacífico".
Posteriormente, o mandatário norte-americano descreveu a possível transferência como "um novo passo de agressão" e disse que conversaria com o governo russo antes de tomar uma decisão definitiva.
Em meio à tensão, Putin declarou que o envio das armas destruiria os avanços recentes nas relações entre Moscou e Washington. Segundo ele, caso a medida se concretize, a resposta da Rússia será o reforço do sistema de defesa antiaérea do país.
Nesta segunda-feira (13) o Kremlin voltou a se manifestar sobre o tema. O porta-voz Dmitry Peskov afirmou que o fornecimento dos mísseis "pode terminar mal" e que o regime de kiev não teria condições de operá-los sem o auxílio direto de militares norte-americanos.
O vice-presidente do Conselho de Segurança, Dmitry Medvedev, também alertou que a decisão "pode acabar mal para todos, e, antes de tudo, para o próprio Trump".
- O líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, confirmou que se reunirá com Trump em Washington na próxima sexta-feira (17). O encontro deve tratar do apoio militar e da possibilidade de fornecimento de armamentos de longo alcance.
