Pequim defende controle de terras raras apesar das duras retaliações de Trump

A China reagiu neste domingo (12) ao anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que pretende impor uma tarifa adicional de 100% contra Pequim, acumulando-se às já existentes.

O Ministério do Comércio da China explicou que, na quinta-feira (9), "emitiu medidas de controle de exportação sobre terras raras e outros produtos relacionados". Segundo a pasta, a medida visa "aprimorar seu sistema de controle de exportações, em conformidade com leis e regulamentos".

"A declaração norte-americana em questão é um exemplo típico de 'dois pesos e duas medidas'. Durante muito tempo, os EUA generalizaram a segurança nacional, abusaram dos controles de exportação, adotaram práticas discriminatórias contra a China e implementaram medidas unilaterais de jurisdição extraterritorial sobre uma ampla gama de produtos, incluindo equipamentos semicondutores e chips", lê-se no comunicado do órgão.

Na declaração, Pequim também pontua que "a lista de controle norte-americana contém mais de 3.000 itens, enquanto a lista de controle de exportações da China contém pouco mais de 900".

"Ameaçar frequentemente com tarifas elevadas não é a estratégia correta para dialogar com a China. A posição da China em relação a uma guerra tarifária é consistente: não a desejamos, mas também não a tememos", disse a pasta.

"Práticas equivocadas"

O país também pede que os Estados Unidos "corrijam" as "práticas equivocadas o mais rápido possível" e alertou que, se Washington insistir com as tarifas, a China pode tomar "medidas decisivas para salvaguardar seus direitos e interesses legítimos".

Entenda o controle da China sobre terras raras que levou Trump a impor tarifa de 100% contra o país

O presidente norte-americano anunciou na sexta-feira (10) a intenção de impor as novas tarifas, argumentando que a decisão se baseava na imposição de controles de exportação em larga escala pela China. Além de uma tarifa adicional de 100%, Trump planeja implementar controles de exportação para todo o "software" crítico.

Na quinta-feira (9), a China aumentou os controles para exportações de terras raras, cruciais para vários setores da indústria norte-americana, em resposta às regras de exportações do país norte-americano, que proíbe empresas chinesas de acessar chips de última geração e as ferramentas para produzi-los.