
Entenda o controle da China sobre terras raras que levou Trump a impor tarifa de 100% contra o país

Em uma escalada da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, nesta sexta-feira (10), a imposição de uma tarifa de 100% sobre todos os produtos chineses a partir de 1º de novembro.
Em um post nas redes sociais, Trump justificou a medida acusando Pequim de adotar uma postura ''extremamente hostil'' ao mundo. "Trata-se de algo absolutamente inédito no comércio internacional e de uma vergonha moral nas relações com outras nações", denunciou.

As medidas que provocaram o repúdio de Trump fazem parte de um ambicioso plano de Pequim para garantir o controle sobre exportações de terras raras e reforçar sua influência na cadeia global de tecnologia.
Controle sobre terras raras
As terras raras são um grupo de 17 minerais essenciais para a produção de chips, veículos elétricos, equipamentos militares e tecnologia de ponta, conforme explicado pela imprensa especializada.
Pequim é responsável por cerca de 70% da produção e 90% do refino global desses materiais, informou o portal Brasil de Fato, citando dados do Serviço Geológico dos EUA.
As novas regras da China, que entram em vigor em 8 de novembro, exigirão que empresas estrangeiras obtenham licenças especiais do governo chinês para importar itens como compostos de neodímio, disprósio e térbio, além de baterias de alta densidade energética.
Domínio tecnológico
Um ponto importante do pacote é o controle sobre o compartilhamento de know-how, que inclui a transferência de rascunhos técnicos, especificações, parâmetros de processo e até a contratação de engenheiros chineses por empresas estrangeiras para projetos no exterior, tudo sujeito à aprovação de Pequim.
Paralelamente, a China incluiu 14 entidades estrangeiras, incluindo empresas de defesa e análise, em sua "Lista de Entidades Não Confiáveis", proibindo transações comerciais com elas, ainda de acordo com as informações do Brasil de Fato.
Autoridades chinesas citadas pela Agência Brasil China afirmaram que as medidas visam "assegurar o uso racional e seguro dos recursos estratégicos nacionais" e garantir que exportações não sejam desviadas para "fins que comprometam a paz e a segurança internacional", negando que as ações sejam direcionadas a algum país específico.

