Mais de 100 mil pessoas se reuniram em Havana na última quinta-feira (9) para marchar em solidariedade ao povo palestino e pelo fim da ofensiva israelense na Faixa de Gaza. O ato, liderado pelo presidente cubano Miguel Díaz-Canel, contou com a presença do embaixador da Palestina em Cuba, Majed Abu Al Hawa, e de estudantes palestinos que vivem na ilha.
A manifestação começou ao amanhecer na Tribuna Anti-imperialista José Martí, localizada ao lado do Malecón habaneiro e em frente à embaixada dos Estados Unidos, local histórico de mobilizações políticas e sociais. Nas redes sociais, a Presidência de Cuba divulgou imagens da multidão com bandeiras e cartazes pedindo uma Palestina livre.
"Uma paz justa e duradoura na região só será possível por meio de uma solução de dois Estados, que garanta o estabelecimento de um Estado palestino independente e soberano, membro pleno da ONU, nas fronteiras anteriores a 1967, com Jerusalém Oriental como sua capital, e o retorno dos refugiados" escreveu o presidente cubano.
Durante o evento, a estudante palestina Razan Maleh emocionou o público ao relatar episódios de violência vividos por sua família. "Sou filha de um lutador, um homem valente que foi preso durante cinco anos por defender os direitos do seu povo", afirmou. Ao lembrar a invasão de sua casa por soldados israelenses, Razan interrompeu o discurso tomada pela emoção e foi abraçada por uma menina da companhia teatral infantil La Colmenita.
A marcha ocorreu poucas horas após o anúncio de um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas. Mesmo com a trégua, os números da ofensiva continuam alarmantes. Segundo dados oficiais, mais de 67 mil palestinos foram mortos desde outubro de 2023 e mais de 170 mil ficaram feridos.