Unidades de insulina, agora fabricadas no Brasil, têm preço médio de R$ 116 nos EUA
As unidades de insulina, hormônio utilizado para tratar a diabetes que passou a ser fabricado no Brasil nesta sexta-feira, tem um preço médio de US$ 22,68 (cerca de R$ 116) no mercado norte-americano, de acordo com um levantamento recentemente publicado por um think-tank independente dos EUA.
Os altos preços existentes no mercado dos Estados Unidos são justificados, em parte, pela ausência de uma política central para lidar com a situação. Anteriormente, alguns dos 30 milhões de cidadãos que sofrem com diabetes no país já realizaram caravanas para cruzar a fronteira com o Canadá em busca de medicamentos mais baratos.
Com a inauguração de uma fábrica de insulina da empresa Biomm no município mineiro de Nova Lima na sexta-feira, o Brasil passou, após mais de 20 anos, a realizar a produção do hormônio no território nacional, deixando para trás a dependência em produtos importados.
"A Biomm vai estar no mercado oferecendo [insulina] ao nosso SUS [Sistema Único de Saúde] a um preço acessível, para que a gente possa distribuir de graça aos brasileiros que sofrem de diabetes'', assegurou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante sua participação no evento de inauguração da fábrica.
A empresa farmacêutica brasileira Biomm investiu uma quantia de R$ 800 milhões na construção da fábrica no município mineiro, que será capaz de produzir 20 milhões de unidades de refis de insulina de ação prolongada por ano - o suficiente para suprir a demanda nacional, de acordo com a Agência Brasil.
Nísia Trindade, ministra da Saúde brasileira, destacou que ter alcançado a autonomia na produção do recurso configura um significativo avanço. "Para ter uma política de ciência e tecnologia em saúde que leve os produtos à população, temos que ter política industrial", acrescentou.