Colômbia acusa EUA de iniciar 'uma guerra' no Caribe

Para o presidente Gustavo Petro, as ações norte-americanas não buscam combater o tráfico de drogas, mas sim controlar recursos naturais na América Latina.

O presidente colombiano Gustavo Petro acusou os Estados Unidos de tentarem iniciar uma guerra no Caribe sob o pretexto de combater o tráfico de drogas. Em publicação nas redes sociais na quarta-feira (8), Petro afirmou que a campanha não tem relação com narcóticos, mas sim com o controle de recursos naturais na região.

Segundo Petro, os ataques mais recentes já resultaram na morte de cidadãos colombianos:

"Evidências mostram que o último barco bombardeado era colombiano, com cidadãos colombianos a bordo", escreveu. Ele acrescentou: "Não há guerra contra o contrabando; há uma guerra pelo petróleo", classificando as ações como "uma agressão contra toda a América Latina e o Caribe".

Os Estados Unidos têm realizado ataques aéreos contra embarcações acusadas de narcotráfico próximas à Venezuela, alegando que o objetivo é conter o narcotráfico no Caribe. Sem provas, Washington acusa o presidente venezuelano Nicolas Maduro de ter ligações com cartéis de drogas, o que Maduro nega, afirmando que os ataques fazem parte de uma tentativa de depô-lo.

Nas últimas semanas, pelo menos quatro barcos foram afundados pelos EUA na costa venezuelana, resultando na morte de mais de 20 pessoas.

''Sem fundamento''

Citada pela agência Reuters, a Casa Branca classificou as acusações de Petro como "sem fundamento".

Historicamente, a Colômbia era vista como o principal parceiro dos Estados Unidos na América do Sul. Por meio do Plano Colômbia, iniciado em 2000, governos colombianos permitiram acesso de tropas americanas a bases locais e apoiaram esforços liderados pelos EUA para isolar a Venezuela.

Desde a eleição de Petro em 2022, o país mudou sua postura, buscando aproximação com Caracas e adotando uma política externa mais independente, voltada à cooperação regional.