Miguel de Castro, um dos brasileiros que integra a Global Sumud Flotilla, concedeu entrevista à RT diretamente de um aeroporto na Jordânia — país para o qual foi enviado após ser interceptado em águas internacionais por forças israelenses e posteriormente detido em Israel.
Para ele, foram dois os principais méritos de seu coletivo, que tinha por objetivo levar suprimentos humanitários à Faixa de Gaza, alvo de um cerco imposto pelas forças israelense:
''Um, a notícia de que, pela primeira vez em dois anos, as pessoas de Gaza puderam pescar. Como a polícia fez uma megaoperação e usou todos os seus meios para bloquear os nossos barcos, os palestinos puderam sair para pescar e comer o que pescaram. Isso, pra gente, foi maravilhoso", relatou.
Ele também relatou uma conversa com uma jovem palestina:
"Uma palestina chorosa se aproximou da gente e disse - eu vou resumir, não saberia nem repetir as palavras dela - que estava procurando uma maneira de se matar. Ela disse que tinha perdido tanto a fé na humanidade e no futuro que não conseguia se imaginar continuando a viver", afirmou.
"Mas, quando viu gente do mundo inteiro, que não eram palestinos, vindo aqui fazer essa ação, prestar solidariedade, tentar pressionar os governos e a opinião pública pra ajudar o povo dela, voltou a ter esperança, a ter certeza de que vale a pena viver e lutar", prosseguiu.
O ativista acredita que a repercussão das ações da flotilha, que gerou ampla repercussão, contribuiu para gerar pressão contra o estado de Israel.
- De acordo com a organização não governamental Save the Children, 20 mil crianças morreram na Faixa de Gaza desde 7 de outubro de 2023. O número representa 2% da população infantil do território, segundo dados da Oficina de Comunicação do Governo de Gaza.
- O Ministério da Saúde do enclave reportou que mais de 42.011 crianças ficaram feridas durante esse período, das quais aproximadamente 21.000 crianças estão permanentemente incapacitadas.