Lula: Não queremos que a Amazônia seja "santuário do mundo"
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente brasileiro, defendeu o potencial econômico e turístico da Amazônia durante um evento realizado na Fábrica da Embraer, em São José dos Campos, nesta sexta-feira, na ocasião da entrega de uma aeronave da gigante da aviação à empresa Azul.
Durante seu pronunciamento, o mandatário destacou a necessidade em conciliar a exploração econômica da região com o desenvolvimento sustentável e a meta do desmatamento zero. Ele enfatizou, com ressalvas, que potências estrangeiras podem ajudar nesse processo, em aparente referência a iniciativas como o Fundo Amazônia.
"Os países ricos precisam ajudar. Se eles não tiveram cuidado e desmataram, porque 200 anos atrás eles já fizeram a Revolução Industrial deles, nós estamos fazendo a nossa agora. Eles precisam pagar para que a gente possa melhorar a qualidade de vida dos indígenas, pescadores, madeireiros e pequenos produtores que moram lá".
Lula também defendeu sua decisão de realizar o evento climático internacional COP30 em Belém. "Por que em Belém? Porque todo mundo no mundo, parece que é dono da Amazônia. Todo o mundo fala da Amazônia. Então, agora, vamos fazer a COP lá, para que a Amazônia fale ao mundo como ela tem que ser tratada".
O presidente da República argumentou ainda pela capitalização em torno do potencial turístico de lugares que integram a região, como Alter do Chão, e do território nacional, de forma geral. Para ele, a Amazônia deve ser enxergada como uma "fonte de riqueza", e não como um "santuário do mundo".
"As pessoas passam por cima da Amazônia e vão pra Europa", declarou o presidente, destacando que os brasileiros, sobretudo mais jovens, deveriam conhecer o próprio país antes de ir para destinos como a "Disney" ou o parisiense "Museu do Louvre".