Biden tentou barrar relatório da CIA sobre corrupção de seu filho na Ucrânia

Documentos recém-desclassificados indicam que o pedido do então vice-presidente dos EUA, durante a gestão Obama, foi registrado em e-mails internos e mantido em sigilo pela agência.

Um documento desclassificado na terça-feira (7) pelo diretor da CIA, John Ratcliffe, revelou que, em 2015, o então vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, manifestou "forte preferência" para que "não fosse divulgado" um relatório de inteligência sobre preocupações de autoridades ucranianas a respeito de possíveis vínculos "corruptos" de sua família com negócios no país. Segundo os registros, o pedido foi atendido, e o relatório nunca saiu da Agência Central de Inteligência.

Um e-mail de 10 de fevereiro de 2016, enviado por um remetente identificado como "PDB Briefer", indicava que Biden e seu conselheiro de segurança nacional preferiam que o briefing "não fosse divulgado".

Um alto funcionário da CIA confirmou à Fox News que o e-mail, apontando a preferência de Biden, foi encontrado junto com outros registros durante uma revisão histórica da agência.

O documento trazia informações segundo as quais autoridades ucranianas viam os laços da família Biden com negócios obscuros "como evidência de dois pesos e duas medidas dentro do governo dos EUA em relação a questões de corrupção e poder político".

Ratcliffe classificou o episódio como um possível caso de "politização da inteligência". Fontes da agência disseram ao jornal que consideravam "extremamente raro e incomum" e "inapropriado ir além da comunidade de inteligência e consultar a Casa Branca sobre a disseminação de um relatório específico por razões aparentemente políticas".

O documento foi intitulado "Inteligência não divulgada: reações de autoridades do governo ucraniano [redigido] à visita de um alto funcionário do governo dos EUA no início de dezembro". As informações teriam sido coletadas em dezembro de 2015, e o relatório redigido em 2016.

Na época, Biden era o responsável pela política dos EUA para a Ucrânia, enquanto seu filho, Hunter Biden, integrava o conselho da Burisma, empresa de gás ucraniana envolvida em corrupção.