Governo Lula não descarta envolvimento do PCC em casos de intoxicação por metanol

Anteriormente, Tarcísio de Freitas eliminou qualquer possibilidade de envolvimento do PCC na adulteração de bebidas alcoólicas com metanol.

Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (7), o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, não descartou a possibilidade de envolvimento do crime organizado no esquema de adulteração de bebidas alcoólicas com metanol, após uma megaoperação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC). 

"Todos sabem que recentemente nós tivemos uma enorme ação de combate de infiltração do crime organizado na área de combustíveis. E muitos caminhões e tanques de metanol foram abandonados depois dessa operação, e essa é uma hipótese que está sendo estudada pela Polícia Federal", disse Lewandowski, citado pelo portal DCM. 

O ministro se reuniu com agentes da indústria de bebidas alcoólicas e de associações de combate à falsificação para ampliar os debates sobre os recentes casos de intoxicação por metanol registrados no Brasil.

"Se a origem do metanol for de um produto vegetal, seguimos uma linha de investigação. Se for de um produto fóssil, adotamos outra linha. Nós não descartamos absolutamente nenhuma hipótese", apontou.

"Caso se confirme que esse metanol tenha origem em produtos fósseis, é possível que haja relação com aquela megaoperação que realizamos sobre adulteração de combustíveis e infiltração do crime organizado nesse setor. Ou seja, pode haver conexão entre a adulteração de bebidas com metanol e a atuação do crime organizado. É por isso que a Polícia Federal ingressou no caso", complementou.

Tarcísio diz o contrário

A fala do ministro diverge das informações divulgadas pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que na segunda-feira (6) excluiu a hipótese de que o PCC seja responsável pelos casos de intoxicação por metanol, conforme divulgado pela Folha de S.Paulo.

"Tudo o que acontece agora em São Paulo é PCC. Não tem evidência nenhuma de participação do crime organizado nisso", afirmou Tarcísio.

O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, reforçou que não há indícios de que o PCC ou outra organização esteja por trás dos crimes envolvendo metanol. Segundo ele, o comércio de bebidas adulteradas não é rentável para o crime organizado.