
Empresa de Miss Mato Grosso pagará multa por manter trabalhadores em condições análogas à escravidão

O Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Federal resgataram 20 trabalhadores, incluindo um menor de idade, de condições análogas à escravidão em Nova Maringá (MT).
Segundo a UOL, a T. F. Zimpel Ltda, administrada por Taiany Zimpel — que se apresenta como Miss Mato Grosso 2016, Miss Grand Mato Grosso 2024 e Miss MT Internacional — é a empresa responsável.

Apesar da imagem de luxo nas redes sociais, Taiany reconheceu a responsabilidade da empresa e firmou acordo com o MPT, comprometendo-se a adotar medidas corretivas sob pena de multa.
Nascida em Sinop (MT) e criada em Sorriso, Taiany Zimpel trabalhou como modelo após o Miss Brasil 2016, morou em São Paulo até 2018 e viajou por cidades como Paris, Milão e Istambul antes de voltar a Mato Grosso em 2022 para abrir sua empresa.
Condições de trabalho inaceitáveis
A T. F. Zimpel assinou com o MPT e os donos das fazendas Eliane Raquel e Quinhão um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). A empresa alegou que o acordo não representa confissão de culpa, pois as atividades seriam terceirizadas, e que colaborou com a investigação.

"O termo teve caráter emergencial e reparatório, sem confissão de culpa, pois mesmo sem ser responsável direta pelos funcionários, preferiu garantir o suporte imediato dos colaboradores, resguardando-se no direito de regresso ao contratante", declarou.

A operação, no 15 de setembro, encontrou alojamentos precários, falta de água potável e de estrutura para preparo de alimentos e banho, além de relatos de restrição à liberdade de locomoção. Pelo TAC, a empresa e fazenda devem pagar R$ 418 mil em verbas trabalhistas e rescisórias, R$ 1 milhão por danos morais coletivos e R$ 200 mil por danos individuais — R$ 10 mil para cada resgatado.
