Além de ser o principal destino das exportações brasileiras de soja e minério de ferro, a China tem se tornado a maior importadora de carne bovina do Brasil, o que tem se potencializado com a implementação do tarifaço americano. No ano de 2024, a China absorveu 51,3% da carne bovina fresca, refrigerada ou congelada exportada pelo Brasil. Os Estados Unidos ficaram em segundo lugar, com 8,1% dos embarques brasileiros.
Conforme divulgado pelo Valor na terça-feira (7), a carne exportada pelo Brasil aos EUA caiu de 8,9% para 2,4% no período de setembro de 2024 até o mesmo mês deste ano, enquanto que a participação chinesa apresentou um aumento considerável.
Apesar de que entre janeiro e setembro de 2025 a posição dos compradores de carne bovina brasileira não tenha mudado muito, o tarifaço afetou o setor já que a participação da China cresceu de 52,9% para 59,5% e a mexicana subiu de 2% para 4,2%, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic).
As exportações de carne bovina pelo Brasil aumentaram, totalizando US$ 1,8 bilhão em setembro de 2025 com um crescimento de 55,6% em comparação a setembro de 2024, o que coincidiu com a intensificação das exportações para a China, que subiu 75,5% em relação ao mesmo período de 2024, e para o México, que apresentou um aumento expressivo de 220,9%, enquanto que a americana caiu em 58%.
Importações de grãos pela china
Com o tarifaço, além do aumento da compra de carne bovina brasileira, a China também aumentou a compra de grãos do Brasil e diminui a de produtos agrícolas americanos.
Segundo mencionado pela UOL na terça-feira (7), um estudo da American Farm Bureau Federation, uma das principais organizações do setor agrícola americano, a China adquiriu 26,5 milhões de toneladas de soja dos EUA em 2024, equivalente a 50% de suas importações desse produto, que foi reduzido para 5,8 milhões de toneladas em 2025. Neste ano, além da soja, o estudo diz que a China não adquiriu milho, trigo e sorgo dos EUA.
O veículo também mencionou estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) que preveem que as exportações agrícolas para a nação asiática alcançarão 17 bilhões de dólares em 2025, o que significaria uma redução de 30% em comparação a 2024 e uma diminuição superior a 50% em relação a 2022.
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