A relação do governo Donald Trump com fundação do bilionário George Soros, a Open Society Foundations, tem criado dificuldades para organizações que recebem recursos da entidade, informou o Financial Times na segunda-feira (6).
Trump anunciou planos de investigar Soros e sua fundação, acusando-os de apoiar o "terrorismo interno". As medidas incluem revisar isenções fiscais de entidades sem fins lucrativos, o que tem gerado um efeito restritivo em todo o setor. Pequenos grupos de filantropia que dependem de grandes fundos passaram a destinar parte de seus recursos limitados à defesa jurídica, com receio de se tornarem os próximos alvos.
Organizações que atuam em áreas como direitos humanos e saúde relatam demissões, autocensura e ameaças de violência. Enquanto grandes fundações, como a Open Society, prometem manter o apoio financeiro e jurídico, as menores enfrentam o que chamam de "duplo golpe": a queda no financiamento público e a pressão do governo. Cada dólar gasto para se defender é um dólar a menos para atender demandas sociais.
- No fim de agosto, o presidente dos Estados Unidos defendeu a prisão de Soros e de seu filho, Alex, por suposta violação da lei das Organizações Corruptas e Influenciadas pelo Crime Organizado (Rico, na sigla em inglês) e por apoiar protestos violentos no país.
- Em julho, um documento do "Russiagate" que teve o sigilo quebrado indicou que uma organização ligada a Soros teria participado dos esforços da campanha da democrata Hillary Clinton, em 2016, para desacreditar Trump com acusações falsas de conluio com a Rússia.
- As atividades de Soros são alvo de críticas de diversos grupos por suas especulações financeiras, e seus fundos são acusados de patrocinar mudanças de regime em vários países.
* A Open Society Foundation é uma organização proibida na Rússia.
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