As tarifas impostas às importações de diversos países pelos Estados Unidos começam a pressionar a inflação, embora o índice geral de preços tenha permanecido estável, informou o jornal Financial Times no domingo (5).
As empresas impactadas pelas tarifas acabam repassando os custos extras para os consumidores. Alguns exemplos incluem equipamentos de áudio, que ficaram 14% mais caros, e roupas, cujo preço subiu 8%.
Embora a guerra tarifária iniciada por Trump tenha sido menos prejudicial do que muitos esperavam, com a inflação se mantendo em 2,9% em agosto, o aumento no custo dos produtos importados tem levado produtores locais a também aumentarem seus preços.
Desde abril, os preços de 11 dos 29 produtos semiduráveis, como camisetas e sapatos; 12 dos 18 duráveis, como bicicletas e máquinas de lavar; e 5 dos 16 artigos esportivos registraram alta, segundo uma amostra de importados monitorada pela Telsey Advisory Group.
Nathan Sheets, economista-chefe global do Citigroup, estima que os consumidores dos EUA tenham arcado com apenas de 30% a 40% do custo das tarifas, com cerca de dois terços sendo absorvidos pelas empresas. No entanto, ele prevê que, nos próximos meses, a parte do custo que recai sobre os consumidores aumentará para 60%.
"Acreditamos que ainda há mais por vir para o consumidor", previu Sheets em uma teleconferência com clientes do Citi na sexta-feira (3).