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Estudo explica por que o consumo excessivo de gordura causa piora na memória

A redução da disponibilidade de glicose no hipocampo é apontada como a causa de um desbalanceamento no funcionamento dos neurônios.
Estudo explica por que o consumo excessivo de gordura causa piora na memóriaGettyimages.ru / Liudmila Chernetska

Além de contribuir para o aumento de doenças metabólicas como obesidade e diabetes, as dietas ricas em gordura também podem influenciar no funcionamento do cérebro, especificamente, na memória, como revela um estudo publicado recentemente pela Universidade da Carolina Norte.

Mecanismo de ação

O estudo indica que uma dieta rica em gorduras afeta diretamente o hipocampo, a região do cérebro responsável pelo processamento da informação e pela formação de memórias.

O mecanismo por trás disso envolve a redução da disponibilidade de glicose no hipocampo. A glicose é a principal fonte de energia para o cérebro, e sua escassez causa um desbalanceamento no seu funcionamento neuronal. Como consequência, certos tipos de neurônios, conhecidos como CCK-INs tornam-se hiperativos, provocando uma distorção nos processos de memória e dificultando a capacidade do cérebro de processar e armazenar informações de forma eficiente.

Outra descoberta importante do estudo é o papel da enzima PKM2, relacionada ao metabolismo da glicose, cuja atividade tem uma forte correlação com a hiperatividade neuronal observada nas dietas ricas em gordura. O PKM2 participa da fosforilação da glicose e, quando ele é excessivamente ativado, contribui para o aumento da atividade neuronal, prejudicando a memória.

Sugestões dos especialistas

A boa notícia é que os pesquisadores, a partir dessas descobertas, foram capazes de sugerir algumas soluções para minimizar ou até reverter os efeitos negativos de uma dieta rica em gordura sobre o cérebro.

Uma das formas de combater esse efeito negativo é restaurar a disponibilidade de glicose no hipocampo. Isso pode ser realizado não apenas com uma dieta equilibrada, mas também com suplementos nutricionais que ajudam a regular o nível de glicose no cérebro.

O segundo modo que os pesquisadores sugerem é a redução da atividade do PKM2, o que pode ser feito através de intervenções farmacológicas ou dietéticas. A inibição do PKM2 ajuda a restaurar o equilíbrio dos processos metabólicos do cérebro e, como resultado, pode melhorar a função cognitiva e prevenir os efeitos negativos das dietas ricas em gordura.

Além das soluções imediatas, a pesquisa também sugere estratégias preventivas a longo prazo que incluem alterações permanentes no estilo de vida, como a adoção de dietas balanceadas, ricas em nutrientes e com baixo teor de gordura saturada, bem como o uso regular de suplementos que promovem a saúde cerebral.

A mudança no estilo de vida deve ser focada não apenas em prevenir o ganho de peso, mas também em melhorar a saúde metabólica geral, minimizando os riscos de doenças cognitivas no futuro.