Muitos jovens solteiros estão optando por não ter encontros românticos, sendo a geração Z (composta por pessoas nascidas entre 1995 e 2012), a líder nessa tendência. Este foi o resultado de um estudo recente baseado em uma pesquisa realizada com 2.000 solteiros americanos pelo Instituto Kinsey em colaboração com a DatingNews. Segundo a pesquisa, a instabilidade econômica, em parte causada pela alta inflação, está mudando não apenas os hábitos de consumo mas também a forma como as relações pessoais e amorosas são construídas pelos jovens.
As preocupações financeiras dos jovens sobre o futuro geraram um tipo particular de "filofobia", um "medo do amor" associado às tensões econômicas, de maneira que o medo de iniciar um relacionamento amoroso não estaria mais associado a uma decepção sentimental, mas à ansiedade econômica, devido ao alto custo que representa sair com alguém.
Amor e interesses econômicos
A pesquisa apontou que 43,5% dos entrevistados saem menos para encontros devido à inflação, 37,2% gastam menos nessas oportunidades, 35,2% preferem tomar apenas um café ou alguma bebida em vez de refeições completas e 35% optam por ir a restaurantes mais econômicos do que a locais luxuosos.
A pressão financeira levou também a uma cultura de encontros menos frequente e mais austera, bem como ao aumento da insegurança no momento de iniciar um relacionamento amoroso, sendo que o amor não é mais a principal razão pela qual as pessoas buscam viver em casal, mas uma questão de praticidade econômica.
Para o estudo, metade dos membros da geração Z se sentem indecisos quando iniciam um namoro. Este percentual diminui nas gerações anteriores: para os millennials é 37,3%; para os da geração X, cai para 30,2%; e chega a 20,1% para os boomers, nascidos em meados do século passado.
Além disso, quase 40% da geração Z aceleraria o processo de ir morar com seu parceiro, não porque ele seja sua alma gêmea, mas porque veriam nele um potencial companheiro para dividir as despesas. Por outro lado, observou-se que essa pressa poderia arrasar aqueles casais que agem pensando na carência antes de estarem completamente prontos para tais compromissos "práticos", o que pode ser ainda mais negativo se o casal compartilhar responsabilidades como um contrato de aluguel ou o pagamento de uma hipoteca.