A capital da Georgia, Tbilisi, registrou protestos intensos neste sábado (4), dia das eleições de prefeitos e membros das assembleias dos municípios do país, boicoitadas por opositores ao governo, informou a imprensa local.
Manifestantes chegaram a invadir o pátio da residência do presidente georgiano, Mikhail Kavelashvili, e a incendiar objetos nas ruas.
A polícia montou barreiras com grades de ferro, e utilizou gás lacrimogêneo e spray de pimenta para dispersar a multidão. Um canhão de água também foi utilizado pelas autoridades.
O Ministério do Interior do país emitiu uma declaração e afirmou que os atos ultrapassaram "as normas impostas pela lei de reunião e manifestação" e que os organizadores "fizeram chamados de conteúdo violento". A nota diz ainda que os manifestantes deveriam acatar as ordens da polícia e advertiu que, do contrário, as forças de segurança "tomarão as medidas apropriadas previstas em lei".
A mídia local informou também que o primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Kobakhidze, culpou o embaixador da União Europeia no país, Pawel Herczynski, como responsável pelos protestos e instou o diplomata a "condenar energeticamente tudo o que está acontecendo nas ruas de Tbilisi". De acordo com Kobakhidze, o representante do bloco europeu planejava derrubar a ordem constitucional.
"Qualquer que tente levantar a mão contra nosso Estado durante uma manifestação organizada pelos serviços especiais estrangeiros receberá a resposta mais dura. A Geórgia não é um país que possa dar aos serviços especiais estrangeiros a oportunidade de derrubar o governo", disse Kobakhidze.
O premiê georgiano disse ainda que todos os participantes dos atos violentos enfrentarão consequências.
"Todas as pessoas que participaram na violência são autoras do crime de tentativa de golpe de Estado [...] e devem esperar surpresas nos próximos dias", afirmou.
O Ministério da Saúde da Georgia afirmou que seis manifestantes e pelo menos 21 policiais estão hospitalizados, informou a mídia.