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Dia de eleições na Georgia tem protestos violentos e governo fala em 'tentativa de golpe'

Manifestantes tentaram invadir o palácio presidencial. O premiê georgiano, Irakli Kobakhidze, afirmou que "serviços estrangeiros" estão por trás da organização dos atos com o objetivo "derrubar a ordem constitucional".
Dia de eleições na Georgia tem protestos violentos e governo fala em 'tentativa de golpe'Gettyimages.ru / Davit Kachkachishvili/Anadolu

A capital da Georgia, Tbilisi, registrou protestos intensos neste sábado (4), dia das eleições de prefeitos e membros das assembleias dos municípios do país, boicoitadas por opositores ao governo, informou a imprensa local.

Manifestantes chegaram a invadir o pátio da residência do presidente georgiano, Mikhail Kavelashvili, e a incendiar objetos nas ruas.

A polícia montou barreiras com grades de ferro, e utilizou gás lacrimogêneo e spray de pimenta para dispersar a multidão. Um canhão de água também foi utilizado pelas autoridades.

O Ministério do Interior do país emitiu uma declaração e afirmou que os atos ultrapassaram "as normas impostas pela lei de reunião e manifestação" e que os organizadores "fizeram chamados de conteúdo violento". A nota diz ainda que os manifestantes deveriam acatar as ordens da polícia e advertiu que, do contrário, as forças de segurança "tomarão as medidas apropriadas previstas em lei".

A mídia local informou também que o primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Kobakhidze, culpou o embaixador da União Europeia no país, Pawel Herczynski, como responsável pelos protestos e instou o diplomata a "condenar energeticamente tudo o que está acontecendo nas ruas de Tbilisi". De acordo com Kobakhidze, o representante do bloco europeu planejava derrubar a ordem constitucional.

"Qualquer que tente levantar a mão contra nosso Estado durante uma manifestação organizada pelos serviços especiais estrangeiros receberá a resposta mais dura. A Geórgia não é um país que possa dar aos serviços especiais estrangeiros a oportunidade de derrubar o governo", disse Kobakhidze.

O premiê georgiano disse ainda que todos os participantes dos atos violentos enfrentarão consequências.

"Todas as pessoas que participaram na violência são autoras do crime de tentativa de golpe de Estado [...] e devem esperar surpresas nos próximos dias", afirmou.

O Ministério da Saúde da Georgia afirmou que seis manifestantes e pelo menos 21 policiais estão hospitalizados, informou a mídia.