O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse em declaração exclusiva ao portal Axios que Israel e Hamas estão próximos de um acordo para encerrar o conflito em Gaza.
Trump afirmou que, ao conversar com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse: "Bibi, esta é sua chance de vencer".
Na entrevista, publicada neste sábado (4), Trump relatou ter pressionado Netanyahu a aceitar o plano, afirmando que o líder israelense "não tinha escolha". Segundo o presidente dos EUA, as negociações avançaram após sua intervenção direta, com apoio de aliados estratégicos.
Na sexta-feira (3), Trump fez um apelo público para que Israel suspendesse os bombardeios e iniciasse tratativas com o Hamas. Logo depois, o gabinete de Netanyahu confirmou a interrupção da ofensiva israelense para "preparar a implementação imediata da primeira fase do Plano Trump para a libertação imediata de todos os reféns".
De acordo com um funcionário da Casa Branca ouvido pelo Axios, o enviado especial Steve Witkoff e Jared Kushner, genro de Trump, viajaram ao Egito neste sábado (4) para finalizar os termos técnicos da libertação dos reféns e tratar do acordo de paz.
Trump afirmou que a proposta foi bem recebida internacionalmente. "Recebemos uma ótima receptividade ao nosso plano — todos os países do mundo estão a favor. Bibi está a favor. O Hamas avançou bastante — eles querem fazer. Agora, precisamos fechar", declarou.
O presidente também destacou o papel do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. Segundo Trump, Erdogan foi "muito útil" ao pressionar o Hamas. "Ele é durão, mas é meu amigo e foi ótimo", disse.
Ainda segundo o Axios, Trump conversou com Erdogan antes da resposta do Hamas e pediu apoio direto. "Fiz muito por você, e agora preciso que você faça isso", teria dito.
O Exército israelense informou que passou a operar em modo defensivo e suspendeu os ataques, mantendo apenas ações de proteção das tropas.
Em publicação na Truth Social, Trump agradeceu a decisão israelense de interromper temporariamente os bombardeios para dar espaço às negociações e cobrou agilidade do Hamas. "Não vou tolerar atrasos — o que muitos acham que vai acontecer — ou qualquer resultado que permita que Gaza volte a representar uma ameaça. Vamos concluir isso rápido. Todos serão tratados com justiça!"
Trump afirmou que um dos objetivos do plano é restaurar a imagem internacional de Israel, abalada desde o início da ofensiva.
"Bibi foi longe demais e Israel perdeu muito apoio no mundo. Agora, vou recuperar todo esse apoio", afirmou.
Segundo o ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, mais de 67 mil palestinos foram mortos desde o início do conflito. A maioria era composta por civis.