Desde a implementação da nova política de preços em maio de 2023 — que visava "abrasileirar" os combustíveis, reduzindo a dependência da paridade de importação —, a Petrobras registrou, no início de setembro, o maior adicional sobre o preço global da gasolina, conforme dados da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis) e da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). As informações são jornal Folha de S. Paulo, em matéria publicada no sábado (04).
Inicialmente, a estratégia beneficiou-se da queda nos preços internacionais do petróleo, resultando em reduções de 17,5% na gasolina e 27,2% no diesel. No entanto, após a última reajuste em junho (queda de 5,6% na gasolina), os preços da estatal superaram as cotações globais, diferentemente do diesel, vendido abaixo da paridade.
Na sexta-feira (3), a gasolina nas refinarias da Petrobras era R$ 0,28 por litro acima da paridade calculada pela Abicom, enquanto o diesel ficava R$ 0,16 abaixo. Segundo a ANP, na semana anterior, em Santos (maior porto do Brasil), o preço da gasolina estava R$ 0,20 acima da paridade local.
Em comunicado citado pela Folha de S. Paulo no sábado (4), a Petrobras explicou que o período atual é de "alta volatilidade" nos mercados globais e que sua abordagem considera "suas melhores condições de produção e logística" para promover estabilidade.